Este post é um alerta para os ALÉRGICOS e também aos VEGANOS: cuidado com os rótulos dos alimentos. Neste caso: CHOCOLATES GAROTO.
Como já disse em algum momento por aí no blog, tenho uma filha de 6 anos que é alérgica desde o nascimento. Essa alergia é bastante séria e complexa. Ela é alérgica a leite e derivados, ovos, poeira, pólen e pêlo de animais e apresenta diversos sintomas, desde simples coceiras a angiedema e insuficiência respiratória, tendo inclusive ido parar por 2 vezes na UTI.
Descobrimos a alergia ao leite nos primeiros meses de vida, pois apresentava sangue nas fezes mesmo sendo apenas amamentada e por isso nem pude continuar dando de mamar. Desde então, ela toma apenas fórmulas especias a base de soja e nem contato na pele com o leite de vaca ela pode que já apresenta reação. Hoje em dia, suas reações estão diminuindo e este ano comemoramos que não tenha tido nenhuma internação apenas reações medicáveis em casa mesmo.
Quem me conhece ou conhece alguém com alguma limitação desse tipo, sabe como é complicada a vida do alérgico e também da mãe que procura oferecer de tudo para que a criança não passe vontade demais. Vontade vai passar, não tem jeito, é muita proibição, mas desde que me vi com uma filha com tantas impossibilidades, quis poder oferece-lhe um mundo um pouquinho mais gostoso e grande parte da minha vida é procurar substitutos ao que ela não pode comer.
Com
isso, parte da nossa vida é buscar coisas que ela possa comer, pois praticamente
tudo vai leite/ovos ou pelo menos pode conter traços pois são feitos em máquinas que em algum momento utilizam leite para algum produto. Passo horas no
mercado lendo rótulos e pesquisando e aprendendo receitas novas. Não por acaso me aprofundei na culinária vegana que por não conter nada de origem animal é a melhor saída para alimentá-la principalmente fora de casa.
Numa dessas buscas, encontrei um chocolate da Garoto, um meio-amargo,
que não continha em seus ingredientes nem leite/derivados e nem
mencionava traços. Ficamos muito felizes, pois os chocolates que ela
pode são mais caros e difíceis de encontrar. Demos apenas um pedacinho para ela experimentar, pois por ser muito
sensível ela no mesmo instante sente a garganta arder caso haja algum
vestígio de leite. E foi o que aconteceu. Estávamos super felizes por
termos encontrado um chocolate "comum" que ela pudesse e no final foi
frustante para todos e bastante estressante passar a noite na expectativa de uma reação mais grave. Como já sabemos que providências tomar a medicamos e ficamos
observando. A reação foi superficial, apenas coceira e um pouquinho de inchaço nos olhos, mas depois de uns dias voltou ao normal.
Passado esse incoveniente, entrei
em contato com o SAC da Garoto e para minha surpresa a atendente respondeu que CONTÉM LEITE nos ingredientes, e que se trata de uma mistura do chocolate
ao leite com o amargo. Isso é de uma irresponsabilidade absurda além de ir ferir o código do consumidor. Disseram ainda que eu deveria entrar em contato com o SAC antes de comprar algum produto e falar com a nutricionista. Você consegue imaginar uma coisa dessas?
Fui ao PROCON que me orientou a procurar um advogado e eu não quero apenas indenização, eu quero que com isso possamos reinvindicar das autorizades uma melhor fiscalização, punição e compromisso das empresas com o que colocam na nossa mesa. Se uma informação preciosa dessas pode ser omitida, o que mais não se omite nos rótulos?
Pelo código do consumidor as empresas tem a obrigação de informar os ingredientes e alertar a possíveis riscos. Mas quem fiscaliza? Nesse caso ela percebeu e se fosse uma pessoa que não tem essa sensibilidade e tivesse comido o suficiente para ter uma reação mais grave? Quero uma cláusula na lei assim como é obrigatório descriminar a presença de glúten que seja também para alergênicos que são muitos mais presentes na população do que celíacos (sensíveis a glúten).
Fico decepcionado com este ato do PROCON já que ele foi criado como defesa do consumidor e não como agiota, ele deixou de pensar em muitos que podem ser prejudicados para pensar tão somente em uma possível indenização. Não acredito que seja só esta sua função.
ResponderExcluirPaulo, o PROCON até disse que iria encaminhar um aviso para a empresa sobre a irregularidade, mas sabemos que não iria dar em nada e me recomendaram contratar um advogado por danos morais. Não era o que eu esperava desse órgão, achei que eles tivessem mais poder, mas de qq forma irei atrás para ver no que dá. Obrigada pela opinião.
ResponderExcluirTem que denunciar para a ANVISA, que é o orgão que regulamenta rotulagem de alimentos
ResponderExcluirPois é, Paula, como não existe lei sobre traços, fica à critério da empresa, e nós é que corremos o risco...
ResponderExcluirParabens pelo comentario Clarissa! Como anda a alergia da sua filha hoje, 3 anos depois? Minha filha tem 4 anos e é alergica no mesmo grau q a sua. Moro nos EUA e aqui eh bem menos pior q no nosso Brasil. Qdo vou ai, é uma tensao gigantesca p mim! Nao me sinto segura em lugar nenhum c relacao a isso. Nao ha rotulos bons pra alergenicos e muuuuitas coisas os ingredientes sao feitos naquelas letras minusculas quase invisiveis. Aqui, qualquer restaurante vc pede o menu p alergenico. Confesso q ir ao Brasil me entristece muito com relacao a isso :(. Aqui eh feito exame de sangue anualmente p ver como anda a alergia dela. Alem de exames alimentares com monitoramento medico. E ainda assim, so nos maes p saber o sofrimento da outra numa situacao dessas!! P favor me escreva contando, ate pq ha chances de elas melhorarem disso c fe em Deus! Meu nome eh Claudia. cauzinha15@gmail.com
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