Sou moradora da Granja há 8 anos. Já me considero uma Granjeira apesar de ter nascido e crescido em São Paulo. Vim com meu marido para cá em busca de um pouco de sossego e de bastante natureza. Queríamos criar nossos filhos com qualidade de vida e segurança e aqui ainda podia ser considerado um refúgio. Em nossa primeira visita à Granja fomos apresentados a uma casa encantadora, com lago ao fundo, muito verde e animais silvestres. O encanto foi tanto que mesmo visitando outras propriedades, já sabíamos que tinha sido aquela primeira a nossa futura casa.
Bom, essa introdução é para me fazer entender em meu pedido de ajuda. A Granja já não é mais a mesma em vários aspectos, e na maioria a mudança foi para pior. Mais trânsito, menos segurança, menos natureza, mais descaso. E para piorar a sensação de que as coisas não vão bem, estamos tendo um problema ambiental e não conseguimos uma solução.
No começo deste ano, no final de Janeiro, depois de um dos já conhecidos e temidos temporais de verão, o lindo lago que dá fundo à minha e a outras casas vizinhas começou a esvaziar. Fomos verificar o que havia acontecido e descobrimos que a comporta que o cercava se rompeu e com isso o nível do lago baixou demais e não conseguiu voltar ao seu normal.
Nesse lago contamos com a presença de inúmeras espécies de peixes, vários patos, marrecos e tartarugas, além de visitantes frequentes que vem para procriar e se alimentar como garças, biguás, lagartos e até mesmo capivaras.
Por se tratar de uma área de proteção ambiental e por termos consciência da importância de um ecossitema como esse, imediatamente procuramos a Polícia Ambiental e foi aberto um B.O. junto ao 1º Batalhão que enviou uma viatura ao local para verificar o ocorrido (02/02). Fomos orientados a entrar em contato com a Administração do Fazendinha, pois o caso não era da alçada deles. Eles também falaram com a responsável pela Administração e a orientaram sobre as providências a serem tomadas.
Foi aberto um processo, anexando fotos e o histórico e assim começou a busca pelo órgão responsável. Depois de passar por vários departamento de vários órgãos chegou-se a Defesa Civill e lá empacou na autorização da obra de reparação da comporta. E pelo visto parece que ainda vai longe.
Segundo informações da Administração do Fazendinha antes do Carnaval um engenheiro estava executando um projeto junto à Defesa Civil, mas até a última posição em 14/03 era de que "estava em aprovação". O Fazendinha é o responsável pelo andamento e solução do caso, mas depende dos órgãos competentes para liberação da obra. Enquanto isso, ficamos de mão atadas esperando uma solução.
Por nós, maiores interessados, já teríamos resolvido a situação, com recursos e vontade próprios, mas não podemos. É illegal, é crime passível de prisão e inafiançável. Podemos ser presos por tentar cuidar de algo que os órgãos competentes não cuidam.
Gostaria que a famosa burocracia não fosse superior a existência do nosso lago. Já se passaram 2 meses do ocorrido e nada foi feito. Estamos falando de vida e caso a vida desses animais não justifique uma ação imediata, que se pense no impacto ambiental para as gerações futuras. Pode parecer pouco e de pouco impacto, mas se não lutarmos pelo que está próximo não podemos reclamar quando isso tudo acabar.
Como granjeira, cidadã e amante da natureza e da vida conto com a sensibilização das autoridades para conseguirmos manter o pouco que ainda resta desse refúgio.
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